Android: algumas engrenagens precisam de reparo

Um dos sistemas operacionais para dispositivos móveis líderes é o Android, mas isso não é novidade. Ele é baseado em linux e tem o código aberto, permitindo inovações e criação quase que desenfreada nas mãos dos desenvolvedores de aplicativos. Mas nem todas engrenagens são deliciosas no novo Android 2.3.3 Gingerbread ("biscoito de especiarias") ...





Algumas características do sistema operacional ainda precisam de ajustes, e outras de uma grande reformulação. Acompanhe:

1 - Falta de Java: O Android não vem com J2ME direto da padaria. De fato não é muito necessário já que ele possui muitos aplicativos no "Market", mas se você quiser vai ter que procurar um aplicativo que o faça.

2 - Bluetooth fraco: Os recursos e funções do bluetooth deixam a desejar, se você quiser praticidade terá de recorrer novamente aos aplicativos de terceiros.

3 - Velocidade de startup: A versão Gingerbread perde feio para a Froyo no tempo que leva pra ligar. Confesso que acreditei que o aparelho tinha travado na tela "ANDROID" de tanto tempo que levou depois da atualização. O tempo praticamente dobrou, chegando à 50-60 segundos só para iniciar o sistema.

4 - Comportamento de sistema operacional de PC: O Android, apesar de mobile, se comporta como o Windows no gerenciamento de recursos. Ele passa a tomar providências quando o calo aperta, e só quando ele aperta.
No Windows, a providência é utilizar memória RAM em cache no HD. No Android, é fechar os aplicativos abertos primeiro, dando preferência aos mais recentes. Essa "função de administração" do sistema nada mais é que uma maneira de dar uma mão de tinta a um problema grave: praticamente todos aplicativos se mantém abertos quando você sai deles.
Os aplicativos não possuem botão de saída, e apertar o botão de "voltar" ou "home" não faz eles irem embora. A principal consequência grave disso é a bateria ir embora pois aplicativos rodando utilizam memória RAM, que só guarda informação enquanto estiver com corrente elétrica passando por ela.
Claro que o Android possui, de fábrica, uma função que lista os aplicativos abertos e permite que sejam fechados, mas ela não é nada simples de acessar e utilizar. Fica dentro do menu de configurações, depois aplicativos, e aí sim aplicativos abertos. Uma vez dentro dessa opção você tem que clicar no aplicativo, escolher a opção de fechá-lo, voltar e fazer isso um-por-um. Não há um finalizador de tarefas simples como nos sistemas da concorrência (Windows Mobile, Symbian, iOS). Assim, novamente você tem que apelar para os aplicativos de terceiros para fechar os programas no smartphone.
Mas infelizmente isso ainda não soluciona o problema, pois muitos aplicativos são teimosos e ficam "voltando". É uma luta constante para manter a bateria com carga.

De qualquer maneira, dizer "Android: ame-o ou deixe-o" é errado. Se você ainda não ama, faça-o melhorar para que acabe amando. Afinal, pra isso que serve o código aberto !

Uma dica legal: Para enfrentar essa luta contra o consumo de bateria em vez de desativar todos os recursos de push mail e outras funções automáticas que usam internet(e ter que ativar manualmente uma-por-uma quando quiser utilizar) é utilizar um aplicativo de APN on/off e o widget de gerenciamento de bateria, que aliados permitem desativar por completo com um clique as conexões 2G/3G e WiFi.